E não é que a educação virou on-line do dia para a noite?

Fiquei pensando há alguns dias, quem foi o responsável direto pela transformação digital na minha empresa e no mundo. Certamente não foi a TI, tampouco o CEO ou a equipe de transformação digital; não, o grande responsável por tudo isso foi um vírus, um de verdade, não de computador! O grande motor para a rápida inserção do mundo da educação no ambiente virtual foi o COVID-19!

Pode parecer brincadeira, mas em pouquíssimos dias as estratégias de tecnologia convergiram para o plano pedagógico como um gigantesco tsunami! Todas as empresas do segmento educacional que conheço imediatamente acionaram seus departamentos de TI para “virar a chave” da escola: do real para o virtual.

Nem todos da minha lista de conhecidos estavam preparados ou mesmo já haviam pensado nisso, pois o cenário que estamos vivendo nunca foi antes cogitado, nem mesmo nos cursos de gestão de riscos mais puxados que já fiz.

A situação atual era impensada, pois uma doença iniciada em um continente distante rapidamente se espalhou pelo planeta, provando como estamos conectados através do comércio, turismo e ciência.

Após alguns meses em quarentena o resultado certamente é satisfatório. Conseguimos evoluir as aulas e os alunos foram pouco prejudicados. É claro que a experiência nunca será igual ao que existia antes, pois o contato físico e o convívio com os colegas fui abruptamente interrompido.

Participei como speaker em uma discussão de prováveis cenários para a retomada das aulas;

São Paulo – Brasil / 22-06-2020

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A inteligência artificial enfim está entre nós?

Fonte: https://br.depositphotos.com/

Fiquei pensando há alguns dias em quais serviços atualmente ainda não dispõem do uso de AI, ou IA em bom português.

Certamente foi um duro exercício, pois em boa parte dos websites a análise comportamental é um item quase obrigatório para conhecer melhor os visitantes e as preferências deles, sempre visando a melhor experiência de compra, beirando a personalização tão sonhada pelos engenheiros.

No entanto não basta conhecer o indivíduo, mas sim dialogar em diferentes níveis com ele, e nesse ponto acho muito interessante ler o artigo da Wiki sobre história da inteligência artificial vai facilitar a resolução da velha equação de existir mais trabalho do que pessoas disponíveis para atendimento. No entanto não é tão simples, pois ainda encontramos resistência das pessoas em serem atendidas por uma máquina, ou trechos de código em um programa de computador.

Imagine um professor robô como seria interessante a discussão sobre questões fundamentais e com nuances que nós humanos enxergamos nas entrelinhas…

Claramente a IA está entre nós… e veio para ficar!

Organograma corporativo moderno: onde está a TI?

Fonte: https://br.depositphotos.com

E não é que as coisas mudaram?

Lembro que trabalhávamos em ilhas, separados por enormes paredes e a comunicação era bem difícil…

Depois de algum tempo, e muitos modismos depois, entenderam que a nova melhor forma de trabalhar era em equipes multidisciplinares, o que não passa de juntar uma turma com habilidades diferentes para trabalhar orientado a metas e objetivos…

Mais um tempo se passou e então surgiu a expressão: “o mundo é plano!”; nossa! E a partir daí essa máxima atacou as empresas de uma forma jamais imaginada… a nova onda era trabalhar em lugares sem barreiras físicas entre as equipes, de forma que fosse possível enxergar todos os funcionários…

Bom, tenho percebido que a ideia agora é espalhar as habilidades nos mais diversos departamentos, ou seja, treinar funcionários além de seus conhecimentos específicos…

Vejo essa nova onda com bons olhos. Acredito que um funcionário mais generalista consiga transitar melhor em várias frentes de trabalho. Não que os especialistas estejam com os dias contados, mas que novas habilidades, principalmente as interpessoais, são necessárias para uma boa saúde empresarial.

No alto escalão a mudança também é perceptível, os diretores e presidentes desejam a adequação a uma forma mais leve e moderna de trabalho.

E onde a TI fica nisso tudo?

A resposta não é simples, mas tenho treinado meus colaboradores em diversas vertentes. Quero apresentá-los ao novo e moderno organograma.

Como a gamificação pode ajudar as equipes?

Nem é preciso dizer que a competição entre pares é um ótimo estímulo, principalmente quando as pessoas são estimuladas, de uma forma positiva, a competirem para melhorar seus próprios resultados.

Sempre acreditei que perseguir um objetivo é uma ótima motivação!

Recentemente tenho aprofundado um pouco o que sei sobre gamificação e estou muito surpreso em ver a evolução desse conceito e suas aplicações práticas que vão desde rankings on-line até distribuição de badges por objetivos alcançados.

Realmente há muita diversidade no ferramental, mas antes de tudo é necessário efetuar um alinhamento com as equipes e colher o valor que cada indivíduo dá ao processo de gamificação.

De nada adianta, nesse caso em específico, começar um plano top down para uso de jogos como elemento de melhoria no resultado de sua equipe se todos não estiverem comprometidos com os valores da gamificação.

Acredito que qualquer gestor precisa conhecer os membros de seu time em um nível mais individual possível. Não é todo mundo que possui um dom natural para a competição. O líder consciente precisa identificar em sua equipe os mais variados perfis, tais como: os ansiosos, os incansáveis, os trabalhadores contumazes e por aí vai… No entanto isso dá muito trabalho, e  fatalmente vejo gestores que passam a não se importar com as características individuais dos integrantes de sua equipe e criam planos tão abrangentes que fica até difícil distribuir as tarefas entre o time!

A gamificação não é um fim, tampouco a solução para os problemas de performance de equipes, mas certamente auxilia e muito a elevar o moral e a vontade de todos competirem de forma saudável… Perseguir um objetivo não é uma tarefa fácil, mas ao atingir uma meta e enxergar seus resultados práticos não tem preço… para um time e para o gestor.

Afinal, como é feita a nuvem?

Fonte: DepositPhotos

Trabalho em uma escola e de vez em quando vejo alunos em discussões muito interessantes.

Lembro de ter visto dois pequenos alunos conversando de forma acalorada sobre aplicativos, websites e outras coisas mais.

Não resisti ao impulso de ajudar aqueles meninos e me apresentei como gestor do departamento de tecnologia da instituição. Em questão de segundos percebi o enorme erro que cometi! Os garotos tinham tanto assunto que certamente com a idade que tenho eu não conseguiria responder a todas as perguntas deles!

Tentei moderar aquele caos em forma de questionamento para que em pelo menos um assunto eu pudesse ajudá-los. Pedi aos meninos que escolhessem um tema e aí sim eu tentaria explicar da melhor maneira possível.

Por mais incrível que pareça os dois em uníssono queriam saber como a nuvem é feita. Bom, vamos lá, falei para a dupla com olhares de filhotes de mamífero…

Em primeiro lugar o nome nuvem não é recente, em meados da década de 1990 já se falava de computação distribuída e procurava-se formas de baratear os altos custos com aquisição de servidores e demais computadores para as empresas. No entanto existia um limitador enorme, principalmente no Brasil. A Internet não estava plenamente instalada e com a capacidade de tráfego que tal tecnologia exigia. No entanto, por volta do ano 2000, a implantação de sistemas melhores e mais rápidos auxiliou o crescimento e distribuição dos links de Internet.

Após a “rodovia” ter sido construída, pois seria através dela (a Internet, é claro) que os novos serviços iriam rodar, lembrei aos meninos que isso tudo é em sentido figurado, ficou mais fácil começar a oferecer serviços de processamento e aluguel de máquinas instaladas em locais distantes.

A tecnologia de virtualização também facilitou a ampla disseminação dos serviços de cloud, como são chamados atualmente, pois a praticidade de criar servidores, estações de trabalho etc., permitiu a rápida evolução do serviço.

No início como os preços eram em moeda estrangeira, principalmente em dólar, os custos ainda se mantinham proibitivos para países como o Brasil, mas a moeda tornou-se flutuante assim como o câmbio e as empresas aos poucos se adaptaram a essa realidade.

Em suma, disse aos meus meninos, a nuvem é feita de inúmeros computadores interligados em todos os lugares.

Os garotos ficaram com cara de satisfeitos e eu pude ir embora me sentindo o “tiozão” da informática por ter vivido tudo isso. Ah se eles soubessem que eu tive um telefone celular CDMA… Mas aí já é outra história!

Escritório em qualquer lugar…

Férias realmente é um oásis no meio do deserto!

No entanto, tenho percebido uma mudança na tratativa desse período de descanso por parte dos profissionais.

É claro que existem os dois extremos, a pessoa que se desliga totalmente do trabalho durante o tempo de sua ausência e a pessoa que não consegue se desvincular de suas atividades nem mesmo distante do trabalho.

A tecnologia facilitou em muito essa relação e encaro que os profissionais podem reduzir sua ansiedade advinda da distância…

Antigamente, existia o conceito de “home office”, onde o profissional podia trabalhar no conforto de sua residência, evitando transtornos de deslocamento, entre outras coisas.

Gosto mais do conceito atual, “anywhere office”, onde a pessoa tem a liberdade para dar uma trabalhadinha em qualquer local. Isso auxilia a manter-se inteirado e não vejo como rompimento da relação de descanso. É claro que não pode beirar a loucura de esquecer seu momento de diversão e proximidade da família.

Estamos cada vez mais conectados! Isso não vai mudar…

A importância de manter-se atualizado

Estive conversando com um colega de profissão de longa data.

É realmente um imenso prazer podermos trocar impressões visto que somos de áreas completamente diferentes.

Em um dos assuntos abordados comentei com ele que separo uma fatia de tempo para poder ler notícias, especialmente sobre segurança digital, ITSM e gerenciamento de projetos de TIC.

Para minha surpresa, meu colega ficou impressionado e me questionou sobre horas improdutivas no ambiente de trabalho. Nesse ponto da nossa conversa confesso que quem ficou impressionado, se não pasmo, fui eu!

Tentei explicar sobre inovação e a importância de manter-se atualizado, especialmente quando trabalhamos com tecnologia.

Acredito que ele até tentou entender, mas fez-se de rogado e decidimos mudar o assunto…

Perguntei se ele soube da invasão cibernética em uma rede social famosa e resposta foi não. Comentei com um misto de humor e sarcasmo: Pois é! Isso aconteceu semana passada.

Bett Educar 2019

Imagem meramente ilustrativa.

O ano de 2019 veio recheado de eventos para o segmento educacional…

Tenho a impressão de que a indústria acordou e decidiu explorar as inúmeras oportunidades de negócios que as empresas de ensino básico no Brasil possuem.

O único problema que tenho visto nesse ecossistema de fornecedores é a falta de sinergia com a cultura do segmento educacional de ensino básico!

Em minha opinião, por muito tempo quando o assunto de educação era tratado, imediatamente surgia à mente empresas de ensino superior com seus gigantescos orçamentos. No entanto, nas empresas de ensino básico, a realidade é ligeiramente diferente, ou seja, os compromissos financeiros costumam ser apertados e os investimentos em infraestrutura de tecnologia precisam ser muito bem ponderados…

É nesse contexto que as edições da tradicional feira Bett atuam: atrair empresas conceituadas, startups e profissionais para o núcleo da discussão que o mercado educacional fomenta.

Nas edições iniciais percebi que ainda faltava um pouco de alinhamento com a verdadeira demanda do setor, mas nos últimos anos tenho visto muitos assuntos, geralmente tratados através de seus fóruns, bem como novos players que estão cirurgicamente encaixados com a necessidade.

Parabéns aos organizadores do evento! E que venha 2020…

A difícil arte de realizar pesquisa científica no Brasil

Sou aluno bolsista de doutorado em uma faculdade na Cidade do México e hoje entendo que que fiz uma ótima escolha, pois alguns de meus colegas que optaram pelo modelo tradicional, ou seja, pesquisar em seu próprio país, ainda estão patinando no desenvolvimento de seus trabalhos, não por vontade própria, mas está parecendo que o Brasil não está muito interessado em fomentar a pesquisa científica…

É realmente uma grande pena ver países sem muita tradição acadêmica nos ensinando valiosas lições a respeito de como atuar no desenvolvimento científico através de seus alunos. Não é possível entender como uma nação que reduz custos no segmento educacional quer ser considerado um país moderno e alinhado com o restante do planeta.

Conheço alguns doutorandos que tiveram extirpados seus incentivos à pesquisa de forma brutal! Fico imaginando a sensação de ver um trabalho que em média dura cinco anos ir pelo ralo devido à falta de financiamento…

É certo que a iniciativa privada fomenta em larga escala o desenvolvimento científico, mas sem a parcela que cabe ao governo é muito difícil continuar.

Enfim, agradeço ao México por me aceitar como aluno, pois consigo visualizar a importância da contribuição resultante da minha pesquisa.

Melhor pensar um pós-doutorado na Finlândia?

O que anda acontecendo em Londres?

Big Ben and Westminster Bridge in the Evening, London, United Kingdom

Durante os dias 21 a 25 de janeiro (2019), aconteceu na cidade de Londres uma série de eventos ligados a educação, especialmente a tecnologia aplicada.

Consegui visitar o Cisco Experience Center London. Fiquei bem impressionado com o complexo instalado ao lado do aeroporto de Heathrow. Além de moderno e bem localizado, possui uma estrutura que visa facilitar o uso racional das instalações. O cliente pode embarcar em experiências customizadas nas tecnologias com as quais a CISCO trabalha.

Outra grande oportunidade foi conhecer a University of West London, uma excelente instituição de ensino superior que tem se destacado quando o assunto é inovação e aplicação de tecnologia em seus cursos.

Na sequência não poderia faltar uma visita à Bett London 2019, onde pude dar uma olhada nas novidades relativas ao segmento educacional. Conheci várias startups (maioria chinesas) em percebi que boa parte das empresas provedoras de tecnologia para educação está em extrema sincronia. Apresentaram tentativas de uso para inteligência artificial e realidade virtual, porém poucos casos práticos existem, devido a recente tecnologia.

Finalmente encerrei a semana com participação no evento LearnIT, um dos principais fóruns mundiais de discussão do segmento educacional. O nível dos participantes foi altíssimo e constatei que estamos no rumo certo.

Acho que entendi o motivo de cunharem Londres como a capital mundial da tecnologia para educação!